terça-feira, 27 de setembro de 2011

Professores x alunos?

A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei 267/11, da deputada Cida Borghetti (PP-PR), que estabelece punições para estudantes que desrespeitarem professores ou violarem regras éticas e de comportamento de instituições de ensino.


Em caso de descumprimento, o estudante infrator ficará sujeito a suspensão e, na hipótese de reincidência grave, encaminhamento à autoridade judiciária competente.


A proposta muda o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90) para incluir o respeito aos códigos de ética e de conduta como responsabilidade e dever da criança e do adolescente na condição de estudante.


Fonte: http://www.blogfalandofrancamente.com/2011/04/camara-analisa-projeto-de-lei-que-pune.html

O reconhecimento da derrota do neoliberalismo na Educação

Ênfase em responsabilização de professor é danosa para a educação, afirma Diane

Uma das principais defensoras da reforma educacional americana - baseada em metas, testes padronizados, responsabilização do professor pelo desempenho do aluno e fechamento de escolas mal avaliadas - mudou de ideia. Após 20 anos defendendo um modelo que serviu de inspiração para outros países, entre eles o Brasil, Diane Ravitch diz que, em vez de melhorar a educação, o sistema em vigor nos Estados Unidos está formando apenas alunos treinados para fazer uma avaliação.

Secretária-adjunta de Educação e conselheira do secretário de Educação na administração de George Bush, Diane foi indicada pelo ex-presidente Bill Clinton para assumir o National Assessment Governing Board, instituto responsável pelos testes federais. Ajudou a implementar os programas No Child Left Behind e Accountability, que tinham como proposta usar práticas corporativas, baseadas em medição e mérito, para melhorar a educação.
Suas revisão de conceitos foi apresentada no livro The Death and Life of the Great American School System (a morte e a vida do grande sistema escolar americano), lançado no mês passado nos EUA. O livro, sem previsão de edição no Brasil, tem provocado intensos debates entre especialistas e gestores americanos. Leia entrevista concedida por Diane ao Estado.

Por que a senhora mudou de ideia sobre a reforma educacional americana?

Eu apoiei as avaliações, o sistema de accountability (responsabilização de professores e gestores pelo desempenho dos estudantes) e o programa de escolha por muitos anos, mas as evidências acumuladas nesse período sobre os efeitos de todas essas políticas me fizeram repensar. Não podia mais continuar apoiando essas abordagens. O ensino não melhorou e identificamos apenas muitas fraudes no processo.

Em sua opinião, o que deu errado com os programas No Child Left Behind e Accountability?

O No Child Left Behind não funcionou por muitos motivos. Primeiro, porque ele estabeleceu um objetivo utópico de ter 100% dos estudantes com proficiência até 2014. Qualquer professor poderia dizer que isso não aconteceria - e não aconteceu. Segundo, os Estados acabaram diminuindo suas exigências e rebaixando seus padrões para tentar atingir esse objetivo utópico. O terceiro ponto é que escolas estão sendo fechadas porque não atingiram a meta. Então, a legislação estava errada, porque apostou numa estratégia de avaliações e responsabilização, que levou a alguns tipos de trapaças, manobras para driblar o sistema e outros tipos de esforços duvidosos para alcançar um objetivo que jamais seria atingido. Isso também levou a uma redução do currículo, associado a recompensas e punições em avaliações de habilidades básicas em leitura e matemática. No fim, essa mistura resultou numa lei ruim, porque pune escolas, diretores e professores que não atingem as pontuações mínimas.

Qual é o papel das avaliações na educação? Em que elas contribuem? Quais são as limitações?

Avaliações padronizadas dão uma fotografia instantânea do desempenho. Elas são úteis como informação, mas não devem ser usadas para recompensas e punições, porque, quando as metas são altas, educadores vão encontrar um jeito de aumentar artificialmente as pontuações. Muitos vão passar horas preparando seus alunos para responderem a esses testes, e os alunos não vão aprender os conteúdos exigidos nas disciplinas, eles vão apenas aprender a fazer essas avaliações. Testes devem ser usados com sabedoria, apenas para dar um retrato da educação, para dar uma informação. Qualquer medição fica corrompida quando se envolve outras coisas num teste.

Na sua avaliação, professores também devem ser avaliados?

Professores devem ser testados quando ingressam na carreira, para o gestor saber se ele tem as habilidades e os conhecimentos necessários para ensinar o que deverá ensinar. Eles também devem ser periodicamente avaliados por seus supervisores para garantir que estão fazendo seu trabalho.

E o que ajudaria a melhorar a qualidade dos professores?

Isso depende do tipo de professor. Escolas precisam de administradores experientes, que sejam professores também, mais qualificados. Esses profissionais devem ajudar professores com mais dificuldades.

Com base nos resultados da política educacional americana, o que realmente ajuda a melhorar a educação?

As melhores escolas têm alunos que nasceram em famílias que apoiam e estimulam a educação. Isso já ajuda muito a escola e o estudante. Toda escola precisa de um currículo muito sólido, bastante definido, em todas as disciplinas ensinadas, leitura, matemática, ciências, história, artes. Sem essa ênfase em um currículo básico e bem estruturado, todo o resto vai se resumir a desenvolver habilidades para realizar testes. Qualquer ênfase exagerada em processos de responsabilização é danosa para a educação. Isso leva apenas a um esforço grande em ensinar a responder testes, a diminuir as exigências e outras maneiras de melhorar a nota dos estudantes sem, necessariamente, melhorar a educação.

O que se pode aprender da reforma educacional americana?

A reforma americana continua na direção errada. A administração do presidente Obama continua aceitando a abordagem punitiva que começamos no governo Bush. Privatizações de escolas afetam negativamente o sistema público de ensino, com poucos avanços de maneira geral. E a responsabilização dos professores está sendo usada de maneira a destruí-los.

Quais são os conceitos que devem ser mantidos e quais devem ser revistos?

A lição mais importante que podemos tirar do que foi feito nos Estados Unidos é que o foco deve ser sempre em melhorar a educação e não simplesmente aumentar as pontuações nas provas de avaliação. Ficou claro para nós que elas não são necessariamente a mesma coisa. Precisamos de jovens que estudaram história, ciência, geografia, matemática, leitura, mas o que estamos formando é uma geração que aprendeu a responder testes de múltipla escolha. Para ter uma boa educação, precisamos saber o que é uma boa educação. E é muito mais que saber fazer uma prova. Precisamos nos preocupar com as necessidades dos estudantes, para que eles aproveitem a educação.

QUEM É


É pesquisadora de educação da Universidade de Nova York. Autora de vários livros sobre sistemas educacionais, foi secretária-adjunta de Educação e conselheira do secretário de Educação entre 1991 e 1993, durante o governo de George Bush. Foi indicada pelo ex-presidente Bill Clinton para o National Assessment Governing Board, órgão responsável pela aplicação dos testes educacionais americanos.

http://blogpodegiz.blogspot.com/2011/09/o-reconhecimento-da-derrota-do.html

Terceiro trimestre

Começa nesta segunda-feira (26) o terceiro e último trimestre do ano letivo. Este é o mais importante, não só por ser o decisivo, como também por ter o mesmo peso que os dois anteriores.

Já vimos caso de estudante com boas notas nos dois primeiros relaxar e não conseguir a aprovação. Por exemplo: 6,5 - 7,5 - 4,5. Entretanto o contrário já aconteceu diversas vezes. Exemplo: 4,0 - 5,0 - 8,0.

Cabe ressaltar que, pelo modelo anterior, o estudante que foi aprovado estaria reprovado e vice-versa.

Então, caros alunos do CMPF, mãos à obra, com muito esforço e dedicação, rumo à aprovação!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Festival Curta Cabo Frio

Sob orientação da professora Denize Quintal, estudantes da turma 1102 concorreram no Festival Curta Cabo Frio e venceram o Prêmio Curta Escola na categoria Ensino Médio, com "Oportunidade". Esta é uma premiação específica para curtas produzidos nas escolas particulares, municipais e estaduais das cidades que compõem a Costa do Sol.

Veja a relação dos premiados em http://www.festivalcurtacabofrio.com.br/mostra_pagina.php?cd_pagina=4772

Parabéns aos envolvidos, que elevam o nome de nosso colégio para outras fronteiras da região!

domingo, 18 de setembro de 2011

CMPF nos II JEMAB

Mais uma vez o nosso colégio deu um show nos Jogos Estudiantes do Município de Armação dos Búzios (JEMAB), realizado no Centro Municipal de Educação Integral (CEMEI), no bairro da Rasa.

No vôlei masculino e feminino terminamos em primeiro lugar, garantindo o bicampeonato.

Vencemos também, no feminino, o handebol feminino e o futsal. No masculino, ganhamos no futsal, ficamos na segunda colocação no basquete e na terceira posição no handebol.

No xadrez, duas medalhas, com Lohan Alencar em primeiro e Sebastião Rodrigues em terceiro lugar.

Parabéns a todos os envolvidos!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Ensino médio é 'um modelo muito antigo e ultrapassado'

De acordo com o sociólogo Simon Schwartzman, esta fase da educação deveria permitir ao aluno escolher as matérias que prefere estudar.
É sabido que o Ensino Médio brasileiro enfrenta uma série de problemas, como evasão escolar, alunos atrasados e baixos níveis de aprendizado. Para o sociólogo, professor, pesquisador do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets) e coautor do livro “Uma contribuição pedagógica para a educação brasileira” (Adonis), Simon Schwartzman, a solução passa por um Ensino Médio menos universalista, que permita aos alunos escolherem as disciplinas que gostariam de estudar: “As pessoas não têm como aprender tudo. O ensino médio não dá opção de especialização e acaba virando uma enorme lista de coisas que todo o mundo tem que decorar para passar de ano.”

Quais os desafios do Ensino Médio brasileiro?
Há muito abandono. Esse é o problema mais óbvio. Há muita gente que ou não chega lá ou chega e não consegue completar e larga no meio. Há, também, falta de gente com uma qualificação intermediária no mercado de trabalho. Por que é assim? Tem a ver com a falta de alternativas de formação e com um modelo muito antigo e ultrapassado que domina o Ensino Médio.

Por que é ultrapassado?
Porque está baseado em uma concepção de conhecimento universalista. Todo o mundo tem que conhecer tudo: tem que saber ciências, literatura, história. As pessoas não têm como aprender tudo. O Ensino Médio não dá opção de especialização e acaba virando uma enorme lista de coisas que todo o mundo tem que decorar para passar de ano. Algumas pessoas conseguem, mas grande parte, não. Mesmo para os que conseguem, é uma perda de tempo, porque estão aprendendo muito pouco. Temos um problema muito sério de um formato, que é rígido, e com uma concepção de educação universalista que não funciona.

Quais seriam as mudanças mais importantes a serem feitas no Ensino Médio?
A primeira coisa que se tem que fazer é ter mais opções de formação. O aluno poderia escolher uma formação mais científica, mais aplicada, uma formação mais das ciências humanas. Essas opções devem ser dadas a partir do Ensino Médio. Durante o Ensino Básico ensina-se uma formação comum, basicamente linguagem, conceitos básicos de matemática, noções gerais de ciências, história e geografia. A partir daí, o problema é dar opções. Uma das opções que falta é ter uma formação mais aplicada, ensinar pela via da experiência prática, do trabalho. E não deveria haver uma porta única de entrada para o Ensino Superior.

E qual seria a outra forma?
Há várias maneiras, uma delas é ter uma pluralidade de certificados. Muitos países hoje em dia fazem isso. Ao terminar o Ensino Médio, o estudante pode se qualificar de acordo com o que ele estudou. Se ele fez matérias de ciências exatas ou de ciências humanas ou mais para a área de artes, ele deve adquirir uma certificação desse conhecimento. A universidade, à medida que seleciona os alunos, vê que tipo de formação o aluno teve e quais formações são mais adequadas para cada tipo de curso.

Exigir uma escolha de disciplinas no Ensino Médio não é restringir as opções muito cedo?
Não, acho que aos 15 anos de idade o aluno já está em uma boa época para fazer opções. Não opções profissionais, mas certas opções que ele acaba fazendo na prática. Ninguém aprende tudo aos 15 anos de idade: geografia, física, história, química, biologia, sociologia... O aluno pode dedicar os três anos para aprofundar uns três temas. Temas de interesse do próprio aluno. A escola também vai se especializar naquilo que ela é mais capaz de dar. Se eu quiser fazer um Ensino Médio de artes, vou para uma escola que tenha boa tradição em Ensino Médio de artes.

O senhor acredita que isso diminuiria a evasão escolar?
Acho que sim, à medida que ao aluno faz um curso em que tem mais interesse. Um outro problema, além do interesse, é que se tem uma situação de que muita gente chega ao Ensino Médio com muita deficiência, porque fizeram um Ensino Básico muito ruim, não conseguem ler direito, não aprenderam matemática direito. É ilusório achar que vai recuperar essas pessoas com pequenos cursos de reciclagem.

Há outros modelos no mundo que poderiam servir de exemplo?
O mundo todo faz isso de outra maneira. Primeiro, há uma grande divisão tradicional entre uma formação técnica e uma formação mais acadêmica. A maior parte dos estudantes do mundo inteiro não faz uma opção acadêmica, faz uma opção mais profissional.

Na Inglaterra, há o que eles chamam de A-level (Advanced Level General Certificate of Education), em que o aluno, para ir para a universidade, tem que tirar uma nota alta em três temas, à escolha dele. Conforme o desempenho nessas áreas, ele pode se candidatar à universidade.

Na França, há um exame interno de Ensino Médio, mas há uns dez tipos diferentes, o aluno escolhe qual ele quer fazer. A Alemanha também tem uma avaliação final, mas o aluno escolhe as áreas. Tudo, ao fim do Ensino Médio. Isso dá o certificado de conclusão do Ensino Médio e, ao mesmo tempo, especifica que o aluno terminou o Ensino Médio e tirou determinada nota em determinados assuntos.

Nos Estados Unidos não há cursos diferentes, mas dentro de cada escola há uma série de opções: o aluno pode optar por uma matemática mais dura ou menos dura. Se ele quiser fazer um curso de física, ele vai pegar a matemática mais difícil, se não, ele pega a mais leve e vai fazer outra coisa. Há sempre opções, no Brasil é que não tem.

É possível dizer que o Ensino Médio no Brasil é um curso de preparação para o vestibular?
Ele é um curso preparatório para o vestibular, mas poucas escolas de Ensino Médio, especialmente as públicas, conseguem na verdade preparar. O aluno aprende muito pouco no Ensino Médio. Se pudesse escolher três ou quatro matérias, ele teria tempo de estudar, de pesquisar, de escrever, de discutir com o professor, se reunir com um grupo de trabalho... Se ele precisa fazer 17 matérias, ele vai decorar um pouquinho de cada uma para prestar vestibular e esquecer no dia seguinte.

O senhor conhece alguma alternativa no Brasil?
Existem tentativas de flexibilizar mais. Há o parecer do Conselho Federal de Educação, que aparentemente criaria alternativas, mas se você lê-lo verá que é uma confusão, que nada é dito com clareza.

http://redeglobo.globo.com/globoeducacao/noticia/2011/08/universalista-ensino-medio-e-um-modelo-muito-antigo-e-ultrapassado.html