domingo, 3 de outubro de 2010

Sociologia: Leitura Complementar

Desigualdade Social: sistemas de estratificação social

A desigualdade social é, em última análise, a razão de ser da sociologia, pois ela é o elemento fundamental da vida social. Não há sociedade sem desigualdade. O estudo da estratificação refere-se ao estudo dos sistemas estruturais de desigualdade entre grupos de indivíduos.

Basicamente existem quatro sistemas de estratificação social:

Esclavagismo – existem homens que são propriedade de outros homens e tratados com estatuto de grave inferioridade cívica, moral, política e econômica.

Castas – grupos fechados de indivíduos hierarquizam-se rigidamente, os estatutos são inalteráveis e adquiridos por hereditariedade.

Estados – grupos também fortemente hierarquizados, mas mais flexíveis do que as castas, estruturam a distribuição dos indivíduos ao longo de posições sociais dificilmente alteráveis.

Classes – os grupos distinguem-se pela posição que ocupam no processo produtivo e na posse dos bens. Este sistema de estratificação é típico das sociedades industrializadas. A grande diferença em relação às duas anteriores é o fato da posição não ser estatutariamente herdada mas adquirida. As três classes mais importantes das sociedades ocidentais modernas são a classe alta (patrões e dirigentes executivos), a classe média (colarinhos brancos) e a classe trabalhadora (colarinhos azuis). Nalguns países existe ainda a classe dos camponeses (que praticam a agricultura tradicional).

Teorias sobre a estratificação nas sociedades modernas

Perspectiva Marxista

Os marxistas explicam a desigualdade social a partir do pensamento de Marx. A desigualdade advém da divisão do trabalho. A teoria marxista das classes sociais diz que: a organização social depende da econômica; o grupo dominante socialmente é o que controla as forças de produção e detém o capital; o grupo dominado detém apenas força de trabalho; esta desigualdade gera descontentamento social e gera conflitos (estes conflitos são o motor que faz mudar a sociedade; a posição de classe é independente da consciência de pertença a essa mesma classe; as principais classes sociais são os capitalistas e os proletários mas um grande número de posições intermédias são responsáveis por um sistema complexo e de grande conflitualidade.

Perspectiva Weberiana
A teoria de Max Weber parte da de Max mas introduz alguma complexidade: as classes resultam da distribuição desigual do poder; o poder é variável quer a nível econômico, quer a nível social e político; a posição de classe é determinada na esfera econômica (existe uma enorme variedade de posições de classe que refletem as diversas capacidades econômicas e de acesso a bens materiais); a localização dos indivíduos numa classe é determinada pela sua posição face ao mercado, a sua capacidade econômica para aceder a saberes, títulos, qualificações, prestígio, honra, bens, empregos e propriedades; a combinação destes critérios resulta numa grande variedade de estatutos sociais (status); exemplos de classes podem ser os proprietários, intelectuais, etc.; a posição de classe não é herdada e deriva dos recursos que o indivíduo desenvolve ao longo da sua vida, o processo é fluido e flexível; as classes não são permanentes, os indivíduos entram e saem delas; o conflito de classes surge do desejo de equidade social.

Atualmente as diferenças de classes têm vindo a esbater-se, no entanto a desigualdade social permanece. O gênero é uma das grandes dimensões da desigualdade. Não existem sociedades modernas em que as mulheres tenham mais riqueza e status que os homens.

Status

O status, para Weber, diz respeito às diferenças entre indivíduos na esfera social e ao prestígio que cada indivíduo tem aos olhos dos outros. O poder pessoal depende do prestígio social. As classes e os estatutos sociais são diferentes facetas do sistema de estratificação, um indivíduo pode pertencer a uma classe econômica elevada e ter um baixo estatuto social. O estatuto pode desempenhar um papel mais relevante na aquisição de recursos do que uma classe. Os grupos de status, tais como os de classe, não são permanentes, mas muito mutáveis.

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