domingo, 3 de outubro de 2010

Sociologia: Leitura Complementar

A Espécie Humana

A teoria da evolução de Charles Darwin reforça a importância do patrimônio genético e da relação dos homens no meio envolvente para a explicação das sociedades humanas, defendendo que muitos aspectos da vida social resultam do processo natural de adaptação
do homem.

Muitos cientistas não aceitam que o termo instinto seja aplicado ao homem. O instinto é definido como um comportamento geneticamente determinado e a sociologia prefere dar ênfase aos fatores sociais do comportamento. A sociologia prefere falar em reflexos e necessidades biológicas.

Do ponto de vista cultural, a tendência é para o etnocentrismo, ou seja, o homem tende a ver a sua cultura como um modelo em prejuízo de outras. O conhecimento sociológico pressupõe, por parte dos investigadores a superação do seu natural etnocentrismo. Só esta ruptura permite alguma objetividade à sociologia e outras CS.

No entanto, apesar da diversidade, existem aspectos universais nas culturas humanas. A linguagem é um exemplo. Apesar de existirem diferentes línguas, a necessidade de comunicação é comum a todas as culturas. Existem outros exemplos de características universais: partilha, inter-ajuda, relações afetivas, religião, etc.

Socialização

É o processo pelo qual os homens aprendem as normas das culturas de origem, e que lhes permite o contacto social com as gerações passadas e futuras, pela partilha dessas normas.

A socialização transforma os seres humanos em seres sociais. Sendo um processo de construção da identidade social não destrói a identidade individual, passa a fazer parte dela.

O desenvolvimento do homem apresenta alguns padrões comuns: o reconhecimento pelo ser que dispensa cuidados (geralmente a mãe), o desenvolvimento de respostas sociais e a aprendizagem da linguagem. A privação da figura da mãe durante a primeira infância parece apresentar características altamente negativas, e uma das conseqüências pode ser a dificuldade de aprendizagem da linguagem.

Teóricos do desenvolvimento infantil

Sigmund Freud – Criou a psicanálise. Insiste na importância das primeiras experiências afetivas da criança para a definição da sua personalidade futura e para a existência ou não de futuros problemas neuróticos. Freud sublinha a importância do inconsciente no desenvolvimento humano, nomeadamente o que nele ocorre durante a chamada fase do Complexo de Édipo (antagonismo sexual do rapaz em relação ao pai pelo desejo de posse da mãe).

George Herbert Mead – Criou o chamado interacionismo simbólico. Este modelo analisa o comportamento humano em termos de símbolos e de interpretação de significados. Para Mead a fase mais crucial do desenvolvimento ocorre quando a criança aprende a distinção entre “eu” e “mim”. O eu é não socializado, enquanto o “mim” é o self social. Isto quer dizer que a auto-consciência se forma quando os indivíduos se vêm tal como os outros os vêm. O seguinte estádio crucial é o da aprendizagem do “outro generalizado”, no qual a criança aprende as normas e os valores da cultura em que vive.

Jean Piaget – Enfatiza a cognição ou a capacidade que a criança tem para atribuir sentido ao mundo em que vive. Piaget distingue quatro estádios de desenvolvimento:

1º. Sensório-Motor - o conhecimento resulta do contacto directo com o mundo exterior.
2º. Pré-Operacional - permite à criança aprender a linguagem e representação simbólica.
Este estádio caracteriza-se pelo egocentrismo.
3º. Operacional Concreto – permite interiorizar abstracções e noções lógicas.
4º. Operacional Formal – interiorizam-se grandes abstrações e hipóteses.
Enquanto as primeiras três fases são comuns a todas as pessoas, a quarta fase não é atingida por todos (desenvolve-se na escola e não na vida quotidiana). O egocentrismo e a incapacidade de ultrapassar um pensamento concreto caracterizam muitos adultos que nunca tiveram a formação necessária para atingir o estádio final.

O Ciclo de Vida

Os indivíduos percorrem ao longo das suas vidas vários estádios de desenvolvimento com características diferentes. A origem dos ciclos de vida é simultaneamente biológica e social. Ciclos biológicos iguais são tratados socialmente de maneira diferente. Ser criança num determinado país numa determinada época é completamente diferente do ser criança nesse mesmo país e numa outra época.

Face aos ciclos de vida conclui-se que o processo de socialização decorre ao longo de toda a vida uma vez que os indivíduos necessitam aprender de forma permanente a sua integração social (é preciso aprender a ser jovem, a ser pai, a ser reformado, etc.)

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